Eu quero te fazer uma pergunta: quando foi que você terminou os estudos? Eu sei que na sua cabeça, neste exato momento, está passando o dia em que você apresentou seu trabalho final da graduação ou pós. Mas eu tenho um fato para você: os seus estudos ainda não terminaram. Na verdade, eles começaram antes mesmo de você pisar na escola pela primeira vez.
Reflita comigo sobre o desenvolvimento de uma criança: desde o seu nascimento, enquanto seus sentidos estão sendo aguçados para compreender sua presença no mundo, ela aprende sobre sua família, o lugar onde mora, e o restante do mundo que a rodeia. Não obstante, numa idade um pouco mais avançada essa mesma criança começa os seus primeiros rabiscos e dá nome a esses símbolos. São personagens ou pessoas da família, na cabeça dela, mas em nosso olhar, são só rabiscos fofos.
“Tudo depende de como vemos as coisas e não como elas são.”
Já dizia Carl Jung, psiquiatra que defendia a teoria do inconsciente coletivo e sua relação com as emoções e o comportamento humano.
Em nossa infância alcançamos o ápice da criatividade e desfrutamos dela para inventar de tudo um pouco. O problema é que, há medida em que vamos alcançando a adolescência e a idade adulta (entre 12 e 24 anos, conforme atualizado por Daniel J. Siegel, especialista do estudo da mente humana), começamos a usar apenas o nosso “acervo interno” de soluções pré-definidas e perdemos a capacidade de criar novas ideias. E aí, adivinha só: TADAMMMM: O bloqueio criativo começa a dar o ar da sua graça. É a hora que começamos os infinitos cursos que nunca terminamos. E o mais curiosos sabem o que é? A resposta esteve o tempo todo dentro de você, nas suas referências e combinações entre elas. Afinal, criatividade não é começar do zero: tudo já existe! Quando você cria, você combina soluções! E por isso, Jung ainda dizia:
“Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro, desperta!”
O que você precisa se questionar agora é: o que me bloqueia? Será a ansiedade para a entrega do trabalho que está pendente? Será o cansaço da rotina? Será a atividade que você não está fazendo da maneira correta? Entenda “maneira correta” como sua melhor forma de aprender, que é um assunto para outro momento.
E para “desbloquear”, Kamila? Vamos lá: cuide da sua mente com meditações e exercícios de atenção plena. Descubra qual(is) o(s) seu(s) horário(s) mais produtivo(s) do dia para fazer as tarefas mais desafiadoras. Abasteça o seu repertório da mesma forma que fazia quando criança: aguçando seus sentidos. Leia, contemple, observe, sinta os cheiros, o tato e os sabores. Ouça. Acredite: na música, na dança e nas demais formas de arte, você pode descobrir insights que irão transformar a sua vida e trazer inovação para o seu negócio.
Agora, voltando ao título desse texto, antes de jogar a chave do cadeado no limbo do bloqueio criativo, dê ouvidos a voz que fala dentro de você. E aí fica a curiosidade: quantos outros baús essa mesma chave pode destravar aí dentro?
Sou Kamila Gomes, psicopedagoga e CEO da Kamila Gomes Class, onde ajudamos adolescentes a serem protagonistas do próprio aprendizado com organização e inteligência emocional. Continue acompanhando minha coluna aqui, na PINC, onde iremos conversar sobre educação inovadora, maternidade e adolescência.
Te vejo em breve!
