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Você consome o que defende?

Você já se viu defendendo marcas que nunca consumiu? Ou então consumindo produtos de uma marca com a qual não se identifica? Já parou para pensar que nem sempre aquilo que você acredita pode ser transportado para o mundo do consumo de maneira totalmente fiel?

É neste contexto em que encontramos um dos maiores paradoxos do consumo mundial. Inegavelmente, a atual geração de consumidores, e até mesmo o próprio mercado, já se projetam para um futuro mais sustentável. Ultimamente temos visto um movimento muito menos ideal e muito mais prático quanto à cobrança e à fiscalização da forma como os produtos que consumimos são produzidos.

Hoje em dia é comum dizermos que uma marca que apenas existe, de fato não existe. Há necessidade de um posicionamento, de um branding, de uma causa, e, principalmente, de uma coerência entre aquilo que a marca diz defender e a forma como ela produz. Se há uma ruptura entre aquilo que o consumidor percebe na comunicação e na forma como a marca se porta é praticamente impossível criar um vínculo real e duradouro entre marca e cliente. Como consequência disso, o processo de fidelização e de construção de branding eficiente se torna inviável ou muito desafiador, gerando problemas não apenas de imagem, mas também financeiros.

Curiosamente, o mesmo processo paradoxal é observado no comportamento do consumidor. Porém, aqui, se trata de um debate muito mais subjetivo e complexo. O ser humano possui necessidades biogênicas, que são aquelas com as quais nascemos e devemos suprir para prolongar nossa existência de maneira saudável, e as psicogênicas, que dizem respeito às necessidades que vamos desenvolvendo decorrente de uma vida em sociedade. Estas últimas trazem à tona alguns sérios questionamentos para nós consumidores, não porque não estamos acostumados a tomar decisões, mas porque a sociedade moderna impõe a nós ciclos de compra impulsivos e exagerados, o que muitas vezes resulta em compras impensadas e desnecessárias. 

Não seria errado pensar que a maioria das pessoas, quando postas em uma situação decisiva de compra, levasse em conta todos os fatores que envolvem a existência daquele produto: sua matéria prima, a mão de obra envolvida, o ideal da marca, dentre outros, a fim de fazer uma compra consciente e satisfatória. Porém, com o advento de movimentos mercadológicos baseados em tendências passageiras e inconstantes, é notável que uma grande massa de consumidores tem deixado de lado o fator cognitivo de suas compras em troca do “pertencer” oferecido por produtos atuais e que o façam se destacar em seus círculos sociais. 

Levando isto em conta, verifica-se, com cada vez mais frequência, que o pós-compra tem levado os consumidores há se depararem com incongruências entre aquilo que acreditam e a forma com investem seu dinheiro, gerando uma sensação de culpa, confusão e arrependimento. Afinal, defender movimentos sustentáveis e consumir produtos oriundos de exploração excessiva de matéria prima e mão de obra, que acabarão por gerar resíduos não biodegradáveis me faz uma pessoa contraditória? A verdade é que não há resposta definitiva para tal pergunta, pois a experiência de consumidor esbarra em diversas barreiras culturais e até mesmo geográficas. Nem sempre a intenção de comprar um produto sustentável condiz com a realidade financeira do consumidor, por exemplo. 

Não há, neste processo, que se emitir julgamentos, ou apontar culpados. Se trata de um problema sistêmico já bastante enraizado e que tomará tempo e dedicação de diversos setores para deixar de ser uma realidade. Do ponto de vista das marcas, deve haver uma adaptação natural às novas realidades, buscando constantemente métodos de tornar seus ciclos produtivos cada vez menos danosos ao meio ambiente, além de comunicar tais ações de maneira responsável e transparente. No mesmo sentido, o consumidor deve avaliar sua situação e tentar encontrar um equilíbrio, se possível, entre o consumismo impensado e o consciente. Uma tarefa não tão fácil, porém os danos percebidos no planeta atualmente já indicam que pensar coletivamente e de forma mais abrangente antes de decidir por uma compra será uma mudança necessária, mesmo que gradativa.


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