Se você estava assustada com o crescimento avassalador do metaverso e do surgimento de avatares para “humanizar” o ambiente digital, respire bem fundo e receba o ChatGPT (Chat Generative Pre-Trained Transformer), algoritmo baseado em inteligência artificial, que gera textos, músicas e até resolve cálculos matemáticos. Falando de forma bem bruta, é como um robô, que se alimenta de informações da internet para responder às perguntas em formato de texto. Imagine o Google, como uma pessoa. Esse é o ChatGPT.
Há algumas semanas, li em postagens do Estadão sobre a AI (artificial intelligence), as quais trazem reflexões sobre os impactos da plataforma para a educação. Segundo o jornal, num estudo realizado por educadores de universidades do exterior, a AI foi capaz de ser aprovada em provas de MBA. Apesar de cometer alguns erros matemáticos básicos, a plataforma conseguiu realizar 80% da prova, tirando uma nota B, sendo A equivalente a 10. Em outra publicação do jornal, o professor de filosofia da Universidade de Michigan, Antony Aumann disse ter lido o melhor artigo da sua turma, porém adivinha só: ele tinha sido gerado pelo ChatGPT.
É claro, a ferramenta traz muitos benefícios e facilidades para o mercado. Vendas, comunicação, atendimento ao cliente, toda a estrutura mercadológica está prestes a viver uma das maiores transformações já vistas no mundo. Inclusive, as más línguas já dizem por aí, que é possível uma rivalidade direta da AI com o Google.
Lendo e pesquisando sobre o assunto e relacionado o mesmo à aprendizagem/educação, eu me pergunto:
- Seria o fim da educação tradicional em nosso país (e que bom!)? Seria o start para maior foco e valorização das habilidades humanas, inclusive o estímulo das mesmas em forma de disciplinas das grades curriculares nas instituições de ensino, desde a infância?
- E em relação às profissões, seria o fim, de vez, daquilo que é linear e que pode ser automatizado?
- E a propriedade intelectual? Como que fica?
Não estou colocando aqui uma oposição ao cenário. Não adianta lutar contra. A reflexão que fica é justamente de valorizar as habilidades intrínsecas ao ser humano. Isso jamais será substituído por uma AI. E é por isso que eu sempre defendo com os meus clientes (pais e adolescentes) que o aprender é algo inteiramente humano e que não devemos viver ou estimular outras pessoas a buscarem apenas a aprovação e boas notas. Isso vai te garantir um diploma, mas como já vimos: um robô já consegue fazer isso e mais rápido que você.
Ah: eu acho válido esclarecer que este texto não foi escrito a partir de uma inteligência artificial. (Será?).
Sou Kamila Gomes, psicopedagoga e CEO da Kamila Gomes Class, onde ajudamos adolescentes a serem protagonistas do próprio aprendizado com organização e inteligência emocional. Continue acompanhando minha coluna mensal aqui, na PINC, onde iremos conversar sobre educação inovadora, maternidade e adolescência.
Te vejo em breve!